Laçamento do Livro "Esperança"
24.07.10, ASSOCIAÇÃO DE ESTUDANTES ANGOLANOS EM PORTUGAL
Teve lugar no dia 23 de Julho de 2010, pelas 18h30 na biblioteca Municipal central – palácio Galveias em Lisboa.
Contou com uma audiência de certa de 50 pessoas, dentre eles a Dr.ª Mariana Leitão, Assessora do Administrador da Puaça Administração e Gestão, S.A, Simão Filipe, Presidente da Associação Académica da Sonangol em Portugal e Edvaldo Fonseca, Presidente da AEA – Portugal.
P R E F Á C I O
Conhecendo os meus vínculos profissionais com a Acção Social, especialmente com a Juventude em Angola, o jovem Kialunga (Kapa), bolseiro angolano em Lisboa, procurou por mim a fim de “pedir ao Kota um grande e especial favor para fazer só uma pequena declaração, tipo prefácio” (sic) à uma obra de que ele se prestava, finalmente, publicar.
Por julgar que apostar na juventude pressupõe conferir aos jovens oportunidades de crescimento, animei o ‘candidato a escriba’ a dar asas aos seus sonhos…
Com a publicação da “ESPERANÇA – Um romance contado em versos”, emerge mais um jovem de Angola que ousa palmilhar os complexos caminhos literários.
Porque ‘Nada é grande nasce grande’, o primeiro passo do novel escritor prenuncia uma caminhada em grande que me parece começar bem, pois faz do Amor – nobre sentimento humano - personificado na beleza do outro semelhante, o ponto-chave do romance. De resto, um romance pejado de solilóquios angustiantes mas também de diálogos tão desafiantes quanto confiantes; de contemplações e rendições mas também de acções e obstinações; de sonhos e medos mas também de conquistas, revezes e desilusões estimulantes de sentimentos de revolta e de retaliação que, entretanto, se desvanecem diante da chama do querer e da crença, diante do sopro da esperança implacável. Essa crença e esperança que no final entoam o hino triunfal sobre o então coração açoitador:
“Foi neste momento
Depois de muito sofrimento
Que teu coração deu SIM.
E eu ganhei assim!”
Estamos perante um romance versejado onde, cada um dos 85 poemas dos 11 capítulos do livro, conserva a lógica sequencial de uma mesma e única novela - como estações de uma mesma trajectória - prenhe de neologismos jocosamente criados com a cumplicidade de um linguajar típico, gerado no quotidiano popular, despreocupado, aqui e acolá, com o primor gramatical, em prol da criatividade e inovação.
Mas, mais do que a arquitectura e a anatomia do corpo textual, relevância seja conferida à alma textual involucrada por esse corpo.
Com efeito, polarizando o olhar para a dimensão intrínseca da obra, visualiza-se uma mensagem, um apelo que não se deve confinar necessariamente no simbolismo sentimental das paixões: há, pois, na alma do livro um recado de perseverança, confiança e auto-confiança que são, sem dúvida, premissas necessárias para superar adversidades e alcançar êxitos.
Afinal, nos percursos da vida, quando se sabe o que se quer e se fazem opções conscientes, é inútil cruzar os braços. É um risco perder a esperança!
Lisboa, Junho de 2010.
J. Marcos Barrica (Professor de Psicologia)
Biografia do autor
Kialunga Afonso (Kapa – O Poeta),
Nacionalidade angolana, residente em Portugal. Nasceu a 14 de Agosto de 1983, no interior de Angola, na bem situada e prestigiada província do Úige. Amante da literatura e apaixonado pela poesia lírica, encontra no sofrimento uma forma de fazer arte, e na dor que dói e pensa que sente, um jeito de brincar as poesias, desenvolvendo assim uma poesia lírica sofrida mas brincalhona...
Terminou o segundo ano da licenciatura em Língua e Literatura Portuguesa, na Universidade Agostinho Neto, na faculdade de Letras e Ciências Sociais de Luanda. Curso este que foi interrompido na sequência da aceitação de uma bolsa de estudo para Portugal, onde se encontra de momento a finalizar o curso de contabilidade, fiscalidade e auditoria na Universidade Lusófona de Lisboa. E actual presidente da Mesa de Assembleia da Associação Académica da Sonangol em Portugal.
O interesse pela escrita surge como resposta à necessidade de partilhar com o papel os sentimentos que invadiam o seu interior... Os pensamentos quando jorravam à flor da pele, já vinham recheados de rimas, cor, brilho, e ritmo... Os pensamentos já vinham dançando... sorrindo...brincando... Era sensato que os registasse na sua forma original para o branco do papel...E assim Nasceu Kapa – O Poeta veio a ser intitulado por muitos como o “brincalheiro das palavras”